Duas técnicas para iniciar e desenvolver o gosto pela leitura nas crianças.
Narração de Contos
Leitura Oral de Contos
Introdução
O ato de narrar e ler contos para crianças, apesar de aparentar ser uma inovação produzida pelas modernas teorias de aprendizagem, é algo que está se produzindo formalmente desde há muitos séculos. Dizemos formalmente, porque a narração espontânea e informal de contos se entende que data desde a pré-história. A mãe pré-histórica seguramente contava contos aos sustentadas por estudos antropológicos sobre a tradição oral de culturas primitivas. Entre os que propuseram a narração e a leitura de contos, como método para fomentar o desenvolvimento dezessete; o espanhol Raimundo Lulio, no século quatorze e o filósofo grego Platão, que viveu há mais de trezentos anos antes de Cristo.
• Platão, em “As Leis”, nos falava de: “contar contos edificantes” às crianças.
• Raimundo Lulio, escreveu, entre outros, o livro “Ars puerilis”, para uso de mestres no ensino de crianças.
• Comenius, aconselhava_ “relatar contos às crianças para educar seus sentimentos.
• Frederico Froebel, conhecido como o pai do Jardim-de-Infância, nos indicava que para um melhor cultivo da linguagem das crianças, estas deviam escutar e interpretar canções, poemas, brincar de roda e escutar canções.
NARRAÇÃO DE CONTOS E LEITURA ORAL DE CONTOS
A narração de contos ajuda a desenvolver, entre outras, as seguintes destrezas:
1. escutar
2. compreender sequências
3. enriquecer o vocabulário
4. clarificar valores
a) O que verdadeiramente narramos dos contos são os argumentos.
b) Não é preciso memorizar todos os detalhes do conto, basta compreendê-lo e
reter a idéia geral de seu conteúdo.
c) Não é necessário narrar o conto, palavra por palavra, tal e como foi lido.
d) No caso de que seja esquecido algum detalhe, o narrador pode improvisá-lo
para manter a continuidade do relato.
e) Escolha um conto que lhe agrade e tenha disfrutado ao lê-lo, desta forma
poderá contá-lo com entusiasmo.
f) Se o conto é novo para você, leia-o várias vezes até captar o essencial do argumento.
g) Selecione de antemão um lugar apropriado, aonde haja o menor ruído ou distração possível.
h) Narre com clareza e utilize a entonação adequada na passagem que esteja narrando.
i) Evite a teatralização exagerada já que a mesma tende a distrair os ouvintes da narração.
j) Assegure-se de que conta com tempo suficiente para narrar o conto por completo. Não há coisa mais frutrante para uma criança do que um conto sem terminar.
k) Observe os rostos e a expressão corporal de sua audiência para saber se está atingindo seu objetivo.
l) Narrar, como qualquer outra atividade humana se aperfeiçoa com a prática.
A LEITURA ORAL DE CONTOS
Do mesmo modo que a narração de contos, a leitura oral de contos ajuda a desenvolver, entre outras coisas, as destrezas de escutar, compreender sequências,enriquecer o vocabulário e clarificar valores.
A narração de contos, difere da leitura oral de contos, porque esta última expõe a o o escritor a compôs (seu estilo).
Nada se perde na leitura oral de contos; as metáforas, símiles, giros sintáticos e demais figuras de linguagem literária estão presentes para que o ouvinte os
receba tal e como o autor os escreveu. A leitura oral de contos provê, pois, um acercamento maior entre o estudante e a obra literária.
Quando o estudante escuta a leitura de um belo conto disfruta do prazer que o texto o brinda e reconhece o livro, como instrumento portador do mesmo. Assim mesmo aprende a ver o livro, não só como ferramenta para adquirir conhecimentos, como também, como fonte de prazer. A leitura oral de contos o estimulará a continuar lendo por conta própria, se já sabe ler; ou lhe servirá de estímulo para aprender a fazê-lo.
a) Escolha um conto que lhe agrade e tenha desfrutado de sua leitura;
cada uma de suas passagens requeira. (O uso de um gravador de fita cassete lhe será de grande utilidade neste aspecto.
c) Selecione o lugar e a hora apropriada para a atividade.
d) Assegure-se de separar tempo suficiente para a leitura integral do conto.
e) Se o livro contém ilustrações, faça as pausas necessárias para que os estudantes possam observar as mesmas.
f) Observe a expressão nos rostos de sua audiência para saber se está atingindo seu objetivo.
Níveis de compreensão
O mestre pode estabelecer como meta a atingir, pelos estudantes, os seguintes níveis de compreensão da obra literária.
I. Nível de detalhes
No nível de detalhes o estudante capta e memoriza os sucessos apresentados na seleção.
Destreza a enfatizar:
Organizar os sucessos em ordem cronológica.
II- Nível de interpretação
No nível de interpretação o estudante capta as relações de causa e efeito.
Detreza a enfatizar:
Inferir detalhes de causa e efeito.
III Nível de aplicação
No nível de aplicação o estudante faz julgamentos de valor sobre as atuações dos personagens, ou sobre as situações apresentadas na seleção; e argumenta a favor ou contra as mesmas.
Destrezas a enfatizar:
•situação de conflito.
• Inferir as qualidades que possuem os personagens de acordo com suas respectivas atuações.
• Relacionar a mensagem que oferece a seleção à lu de nossos próprios valores.
Devemos ressaltar que o estudante ascende de um nível para outro, conservando e utilizando as destrezas dos níveis anteriores.
(por Andrés Díaz Marrero)
Editorial Sendero
Apartado 50456
Levittown, PR. 00950
1999