quarta-feira, 27 de maio de 2009

Reflexão

Educar - Rubem Alves
Educar é mostrar a vida a quem ainda não a viu.
O educador diz: “Veja!” - e, ao falar, aponta. O aluno olha na direção apontada e vê o que nunca viu. Seu mundo se expande. Ele fica mais rico interiormente...
E, ficando mais rico interiormente, ele pode sentir mais alegria e dar mais alegria - que é a razão pela qual vivemos.
Já li muitos livros sobre psicologia da educação, sociologia da educação, filosofia da educação – mas, por mais que me esforce, não consigo me lembrar de qualquer referência à educação do olhar ou à importância do olhar na educação, em qualquer deles.
A primeira tarefa da educação é ensinar a ver. É através dos olhos que as crianças tomam contato com a beleza e o fascínio do mundo. Os olhos têm de ser educados para que nossa alegria aumente.
A educação se divide em duas partes: educação das habilidades e educação das sensibilidades. Sem a educação das sensibilidades, todas as habilidades são tolas e sem sentido.Os conhecimentos nos dão meios para viver. A sabedoria nos dá razões para viver.
Quero ensinar as crianças. Elas ainda têm olhos encantados. Seus olhos são dotados daquela qualidade que, para os gregos, era o início do pensamento: a capacidade de se assombrar diante do banal.
Para as crianças, tudo é espantoso: um ovo, uma minhoca, uma concha de caramujo, o vôo dos urubus, os pulos dos gafanhotos, uma pipa no céu, um pião na terra. Coisas que os eruditos não vêem.
Na escola eu aprendi complicadas classificações botânicas, taxonomias, nomes latinos – mas esqueci. Mas nenhum professor jamais chamou a minha atenção para a beleza de uma árvore, ou para o curioso das simetrias das folhas.
Parece que, naquele tempo, as escolas estavam mais preocupadas em fazer com que os alunos decorassem palavras que com a realidade para a qual elas apontam.
As palavras só têm sentido se nos ajudam a ver o mundo melhor. Aprendemos palavras para melhorar os olhos.
Há muitas pessoas de visão perfeita que nada vêem... O ato de ver não é coisa natural. Precisa ser aprendido. Quando a gente abre os olhos, abrem-se as janelas do corpo, e o mundo aparece refletido dentro da gente.
São as crianças que, sem falar, nos ensinam as razões para viver. Elas não têm saberes a transmitir. No entanto, elas sabem o essencial da vida. Quem não muda sua maneira adulta de ver e sentir e não se torna como criança jamais será sábio.

Para Pais e Professores


Quando você pensava que eu não estava olhando,eu vi você pegar meu desenho e prendê-lo na geladeira e, imediatamente, tive vontade de lhe fazer outro.

Eu vi você dar comida a um gato de rua e aprendi que devemos tratar bem os animais.

Eu vi você fazer meu bolo favorito e aprendi que as coisas pequenas podem ser as mais especiais.

Eu percebi você me dando um beijo de boa noite e me senti amada e segura.

Eu vi você tomando conta da nossa casa e de todos nós, e aprendi que temos que cuidar daquilo que gostamos.

Eu vi você cumprir com todas as suas responsabilidades e aprendi que tinha que ser responsável quando crescesse.

Eu vi você cuidando do vovô e aprendi que devemos tratar bem aqueles que nos cuidaram na infância.

Eu aprendi a maior parte das lições que eu precisava para ser uma pessoa boa e produtiva, quando você pensava que eu não estava olhando.

As pessoas estão sempre aprendendo com o que fazemos, mais do que com o que falamos. Nossas ações produzem lições mais efetivas do que palavras vazias, jogadas ao vento.

Piaget disse: “O pensamento deve se desenvolver através de ações e não de palavras”
Orientações didáticas sobre leitura

Para que os estudantes do 5º ano dominem habilidades essenciais de leitura cobradas na Prova Brasil, o professor deve trabalhar algumas atividades sistematicamente

Anderson Moço (novaescola@atleitor.com.br)

O trabalho com leitura começa ainda na Educação Infantil e vai se tornando mais complexo com o passar dos anos. Para levar a garotada a dominar as habilidades básicas avaliadas pela Prova Brasil, é necessário incluir algumas ações na rotina, de acordo com Kátia Bräkling e Beatriz Gouveia, coautoras do estudo do Inep sobre a avaliação. Confira.

1. Oferecer bons textos para qualquer atividade O material disponibilizado ao aluno deve ter boa qualidade, ser coeso e coerente, possuir uma linguagem adequada ao contexto de produção, utilizar critérios corretos de paragrafação e pontuação e estar registrado dentro da língua-padrão. É importante, portanto, selecionar textos de escritores nacionais reconhecidos e traduções bem feitas.
2. Fazer um diagnóstico das capacidades das crianças A primeira tarefa é elaborar uma pauta de observação que considere as habilidades de leitura já apropriadas pela classe e por cada aluno individualmente para ver o que precisa ser ensinado. É possível se basear nas capacidades dos descritores e organizar o planejamento por meio de perguntas.
3. Dar atividades abordando diferentes habilidades Nem todo texto suscita boas atividades para desenvolver determinadas habilidades. Há os que são mais adequados ao trabalho com tipos de inferência, como piadas e anedotas. Outros se prestam mais ao estabelecimento de relações entre linguagem verbal e não verbal, como reportagens - que se articulam a infográficos, gráficos e outras imagens.
4. Propor a leitura de gêneros variados É preciso trabalhar todos os gêneros (ou a maioria deles) em um mesmo ano de escolaridade, pois eles mobilizam no leitor diferentes capacidades, que só são aprofundadas por meio da familiaridade com eles. A ideia é propor a leitura e a interpretação de diversos textos de um mesmo gênero. O que importa não é saber que as narrativas apresentam uma organização temporal, por exemplo, mas qual a finalidade delas.
5. Planejar a progressão de desafios Para aprofundar e ampliar a proficiência e a autonomia leitoras, o ideal é organizar a progressão, com critérios bastante claros de seleção do material. Dessa forma, é possível trabalhar fábulas tanto na 2ª quanto na 4ª série, por exemplo, assim como contos literários, aumentando a complexidade dos textos.
6. Propor a leitura em colaboração periodicamente Ler em conjunto com os estudantes é fundamental para que eles aprendam a interpretar um texto. O trabalho começa com o levantamento de algumas questões, localizando-as no texto e prevendo possíveis respostas. No início, o ideal é estimular as crianças a realizar antecipações a respeito do que será lido com base no título. Conforme a história avança, elas respondem a perguntas sobre o que vai ocorrer - sempre sustentando as respostas com marcas e recursos linguísticos presentes no texto ou indicando conhecimentos prévios.
7. Realizar leituras em dupla ou individualmente No caso de textos informativos, essa atividade pode vir acompanhada de questões a serem respondidas por escrito para que se possa avaliar o que foi apropriado. O educador informa que será realizada uma discussão coletiva sobre o texto, orientando para que todos façam anotações, que poderão ser consultadas. Na socialização do trabalho, são explicitadas as pistas linguísticas utilizadas para resolver os problemas de compreensão. A circulação das informações traz a possibilidade de apropriação das estratégias por quem ainda não as domina.
8. Organizar as aulas de modo a dar a autonomia leitora Quando se apresenta um gênero novo à turma, o professor deve iniciar o trabalho no coletivo antes de propor leituras individuais, que podem gerar dificuldades de compreensão. À medida que os alunos se familiarizam com o gênero, é preciso que leiam de forma cada vez mais autônoma, mas com supervisão.
9. Contemplar empréstimos de livros na rotina semanal Os alunos precisam ter autonomia para escolher as obras que querem ler. Assim, eles descobrem o prazer da leitura, um comportamento comum aos leitores proficientes. Além da biblioteca da escola, as do bairro e da cidade devem ser um ambiente familiar para eles. Para isso, organizar visitas e estimular a frequência a esses ambientes é essencial.
10. Desenvolver o comportamento leitor Esse é um conteúdo de ensino que pode ser abordado de diversas maneiras: além de o professor socializar os próprios critérios de escolha e apreciação estética de textos, ele pode pedir que o estudante procure obras literárias regularmente, comente com os colegas o que se está lendo, leia trechos de que gostou para eles e recomende a todos os materiais diversos que são de seu interesse.
11. Trabalhar diferentes propósitos e modalidades de leitura No ato de ler, há objetivos diversos: estudar, se informar, revisar um texto escrito pelo próprio aluno ou simplesmente pelo prazer. O professor necessita explicitar para a turma essas diferentes finalidades e trabalhar as modalidades próprias de cada uma delas. Diferentemente da leitura extensiva de um romance, por exemplo, a leitura para identificar uma informação deve ser realizada de maneira que se possibilite encontrar coisas pontuais no texto.
12. Incluir a leitura programada no planejamento São essenciais as atividades que levam à ampliação da proficiência na compreensão de textos mais extensos ou complexos. Isso é feito com uma programação para que um livro de contos ou romance, por exemplo, seja lido em partes. O professor lê as obras selecionadas e as divide em trechos com coerência semântica para serem lidos pela classe sequenciadamente, em prazos combinados - fora da sala de aula. Terminada cada etapa, cabe ao educador levantar aspectos sobre a materialidade linguística: recursos gráficos utilizados e efeitos de sentido produzidos pela sua utilização, pela pontuação ou pelo discurso indireto livre, por exemplo. Em data prevista, em uma discussão coletiva dos aspectos priorizados, são explicitados procedimentos de leitura utilizados, assim como pistas linguísticas que permitiram a mobilização das capacidades utilizadas.

Avaliação

Prova Brasil e Saeb
Semelhanças e diferenças


A Prova Brasil e o Saeb são dois exames complementares que compõem o Sistema de Avaliação da Educação Básica. Para saber mais sobre o assunto veja o quadro comparativo abaixo e leia também a História da Prova Brasil e do Saeb.
Dessa forma você vai entender melhor os pontos em comum e as diferenças entre as duas avaliações.


Prova Brasil
A prova foi criada em 2005.
Sua primeira edição foi em 2005, e em 2007 houve nova aplicação.
A Prova Brasil avalia as habilidades em Língua Portuguesa (foco em leitura) e Matemática (foco na resolução de problemas)
Avalia apenas estudantes de ensino fundamental, de 4ª e 8ª séries.
A Prova Brasil avalia as escolas públicas localizadas em área urbana.
A avaliação é quase universal: todos os estudantes das séries avaliadas, de todas as escolas públicas urbanas do Brasil com mais de 20 alunos na série, devem fazer a prova.
Por ser universal, expande o alcance dos resultados oferecidos pelo Saeb. Como resultado, fornece as médias de desempenho para o Brasil, regiões e unidades da Federação, para cada um dos municípios e escolas participantes.
Aplicação em 2007: 5 a 20 de novembro.
Parte das escolas que participarem da Prova Brasil ajudará a construir também os resultados do Saeb, por meio de recorte amostral.


Saeb
A primeira aplicação ocorreu em 1990.
É aplicado de dois em dois anos. A última edição foi em 2005. Em 2007 houve nova prova.
Alunos fazem prova de Língua Portuguesa (foco em leitura) e Matemática (foco na resolução de problemas)
Avalia estudantes de 4ª e 8ª séries do ensino fundamental e também estudantes do 3º ano do ensino médio.
Avalia alunos da rede pública e da rede privada, de escolas localizadas nas áreas urbana e rural.
A avaliação é amostral, ou seja, apenas parte dos estudantes brasileiros das séries avaliadas participam da prova.
Por ser amostral, oferece resultados de desempenho apenas para o Brasil, regiões e unidades da Federação.
Aplicação em 2007: 5 a 20 de novembro.
Todos os alunos do Saeb e da Prova Brasil farão uma única avaliação.

Fonte: MEC

Prova Brasil 2009


Para quem ainda não sabe, prova Brasil e um exame aplicado pelo MEC, na qual tem a função de avaliar o ensino de escolas publicas entre outras entidades do gênero e mediante aos resultados tentar fazer melhoras na educação. Nos testes os alunos respondem a questões de Língua Portuguesa e Matemática, além é claro do questionário socioeconômico, essa é mais uma tentativa do governo de reforçar a educação aqui no país, só nos resta saber se realmente isso tem resultado. A prova Brasil avalia alunos de 4ª a 8ª serie.
Também existe o SAEB, participam também os alunos de 4ª a 8ª serie mais o 3º ano do ensino médio, assim se tem uma noção em mais larga escala a respeito de como andam as coisas, isso acontece tanto na rede publica quanto na rede privada. Vale a pena fazer, não deixe de contribuir com a sua parte perante ao governo com a esperança de que eles contribuam com a deles!
Fonte:Blogers

Atividades com Temas Juninos