domingo, 31 de maio de 2009

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Reflexão

Educar - Rubem Alves
Educar é mostrar a vida a quem ainda não a viu.
O educador diz: “Veja!” - e, ao falar, aponta. O aluno olha na direção apontada e vê o que nunca viu. Seu mundo se expande. Ele fica mais rico interiormente...
E, ficando mais rico interiormente, ele pode sentir mais alegria e dar mais alegria - que é a razão pela qual vivemos.
Já li muitos livros sobre psicologia da educação, sociologia da educação, filosofia da educação – mas, por mais que me esforce, não consigo me lembrar de qualquer referência à educação do olhar ou à importância do olhar na educação, em qualquer deles.
A primeira tarefa da educação é ensinar a ver. É através dos olhos que as crianças tomam contato com a beleza e o fascínio do mundo. Os olhos têm de ser educados para que nossa alegria aumente.
A educação se divide em duas partes: educação das habilidades e educação das sensibilidades. Sem a educação das sensibilidades, todas as habilidades são tolas e sem sentido.Os conhecimentos nos dão meios para viver. A sabedoria nos dá razões para viver.
Quero ensinar as crianças. Elas ainda têm olhos encantados. Seus olhos são dotados daquela qualidade que, para os gregos, era o início do pensamento: a capacidade de se assombrar diante do banal.
Para as crianças, tudo é espantoso: um ovo, uma minhoca, uma concha de caramujo, o vôo dos urubus, os pulos dos gafanhotos, uma pipa no céu, um pião na terra. Coisas que os eruditos não vêem.
Na escola eu aprendi complicadas classificações botânicas, taxonomias, nomes latinos – mas esqueci. Mas nenhum professor jamais chamou a minha atenção para a beleza de uma árvore, ou para o curioso das simetrias das folhas.
Parece que, naquele tempo, as escolas estavam mais preocupadas em fazer com que os alunos decorassem palavras que com a realidade para a qual elas apontam.
As palavras só têm sentido se nos ajudam a ver o mundo melhor. Aprendemos palavras para melhorar os olhos.
Há muitas pessoas de visão perfeita que nada vêem... O ato de ver não é coisa natural. Precisa ser aprendido. Quando a gente abre os olhos, abrem-se as janelas do corpo, e o mundo aparece refletido dentro da gente.
São as crianças que, sem falar, nos ensinam as razões para viver. Elas não têm saberes a transmitir. No entanto, elas sabem o essencial da vida. Quem não muda sua maneira adulta de ver e sentir e não se torna como criança jamais será sábio.

Para Pais e Professores


Quando você pensava que eu não estava olhando,eu vi você pegar meu desenho e prendê-lo na geladeira e, imediatamente, tive vontade de lhe fazer outro.

Eu vi você dar comida a um gato de rua e aprendi que devemos tratar bem os animais.

Eu vi você fazer meu bolo favorito e aprendi que as coisas pequenas podem ser as mais especiais.

Eu percebi você me dando um beijo de boa noite e me senti amada e segura.

Eu vi você tomando conta da nossa casa e de todos nós, e aprendi que temos que cuidar daquilo que gostamos.

Eu vi você cumprir com todas as suas responsabilidades e aprendi que tinha que ser responsável quando crescesse.

Eu vi você cuidando do vovô e aprendi que devemos tratar bem aqueles que nos cuidaram na infância.

Eu aprendi a maior parte das lições que eu precisava para ser uma pessoa boa e produtiva, quando você pensava que eu não estava olhando.

As pessoas estão sempre aprendendo com o que fazemos, mais do que com o que falamos. Nossas ações produzem lições mais efetivas do que palavras vazias, jogadas ao vento.

Piaget disse: “O pensamento deve se desenvolver através de ações e não de palavras”
Orientações didáticas sobre leitura

Para que os estudantes do 5º ano dominem habilidades essenciais de leitura cobradas na Prova Brasil, o professor deve trabalhar algumas atividades sistematicamente

Anderson Moço (novaescola@atleitor.com.br)

O trabalho com leitura começa ainda na Educação Infantil e vai se tornando mais complexo com o passar dos anos. Para levar a garotada a dominar as habilidades básicas avaliadas pela Prova Brasil, é necessário incluir algumas ações na rotina, de acordo com Kátia Bräkling e Beatriz Gouveia, coautoras do estudo do Inep sobre a avaliação. Confira.

1. Oferecer bons textos para qualquer atividade O material disponibilizado ao aluno deve ter boa qualidade, ser coeso e coerente, possuir uma linguagem adequada ao contexto de produção, utilizar critérios corretos de paragrafação e pontuação e estar registrado dentro da língua-padrão. É importante, portanto, selecionar textos de escritores nacionais reconhecidos e traduções bem feitas.
2. Fazer um diagnóstico das capacidades das crianças A primeira tarefa é elaborar uma pauta de observação que considere as habilidades de leitura já apropriadas pela classe e por cada aluno individualmente para ver o que precisa ser ensinado. É possível se basear nas capacidades dos descritores e organizar o planejamento por meio de perguntas.
3. Dar atividades abordando diferentes habilidades Nem todo texto suscita boas atividades para desenvolver determinadas habilidades. Há os que são mais adequados ao trabalho com tipos de inferência, como piadas e anedotas. Outros se prestam mais ao estabelecimento de relações entre linguagem verbal e não verbal, como reportagens - que se articulam a infográficos, gráficos e outras imagens.
4. Propor a leitura de gêneros variados É preciso trabalhar todos os gêneros (ou a maioria deles) em um mesmo ano de escolaridade, pois eles mobilizam no leitor diferentes capacidades, que só são aprofundadas por meio da familiaridade com eles. A ideia é propor a leitura e a interpretação de diversos textos de um mesmo gênero. O que importa não é saber que as narrativas apresentam uma organização temporal, por exemplo, mas qual a finalidade delas.
5. Planejar a progressão de desafios Para aprofundar e ampliar a proficiência e a autonomia leitoras, o ideal é organizar a progressão, com critérios bastante claros de seleção do material. Dessa forma, é possível trabalhar fábulas tanto na 2ª quanto na 4ª série, por exemplo, assim como contos literários, aumentando a complexidade dos textos.
6. Propor a leitura em colaboração periodicamente Ler em conjunto com os estudantes é fundamental para que eles aprendam a interpretar um texto. O trabalho começa com o levantamento de algumas questões, localizando-as no texto e prevendo possíveis respostas. No início, o ideal é estimular as crianças a realizar antecipações a respeito do que será lido com base no título. Conforme a história avança, elas respondem a perguntas sobre o que vai ocorrer - sempre sustentando as respostas com marcas e recursos linguísticos presentes no texto ou indicando conhecimentos prévios.
7. Realizar leituras em dupla ou individualmente No caso de textos informativos, essa atividade pode vir acompanhada de questões a serem respondidas por escrito para que se possa avaliar o que foi apropriado. O educador informa que será realizada uma discussão coletiva sobre o texto, orientando para que todos façam anotações, que poderão ser consultadas. Na socialização do trabalho, são explicitadas as pistas linguísticas utilizadas para resolver os problemas de compreensão. A circulação das informações traz a possibilidade de apropriação das estratégias por quem ainda não as domina.
8. Organizar as aulas de modo a dar a autonomia leitora Quando se apresenta um gênero novo à turma, o professor deve iniciar o trabalho no coletivo antes de propor leituras individuais, que podem gerar dificuldades de compreensão. À medida que os alunos se familiarizam com o gênero, é preciso que leiam de forma cada vez mais autônoma, mas com supervisão.
9. Contemplar empréstimos de livros na rotina semanal Os alunos precisam ter autonomia para escolher as obras que querem ler. Assim, eles descobrem o prazer da leitura, um comportamento comum aos leitores proficientes. Além da biblioteca da escola, as do bairro e da cidade devem ser um ambiente familiar para eles. Para isso, organizar visitas e estimular a frequência a esses ambientes é essencial.
10. Desenvolver o comportamento leitor Esse é um conteúdo de ensino que pode ser abordado de diversas maneiras: além de o professor socializar os próprios critérios de escolha e apreciação estética de textos, ele pode pedir que o estudante procure obras literárias regularmente, comente com os colegas o que se está lendo, leia trechos de que gostou para eles e recomende a todos os materiais diversos que são de seu interesse.
11. Trabalhar diferentes propósitos e modalidades de leitura No ato de ler, há objetivos diversos: estudar, se informar, revisar um texto escrito pelo próprio aluno ou simplesmente pelo prazer. O professor necessita explicitar para a turma essas diferentes finalidades e trabalhar as modalidades próprias de cada uma delas. Diferentemente da leitura extensiva de um romance, por exemplo, a leitura para identificar uma informação deve ser realizada de maneira que se possibilite encontrar coisas pontuais no texto.
12. Incluir a leitura programada no planejamento São essenciais as atividades que levam à ampliação da proficiência na compreensão de textos mais extensos ou complexos. Isso é feito com uma programação para que um livro de contos ou romance, por exemplo, seja lido em partes. O professor lê as obras selecionadas e as divide em trechos com coerência semântica para serem lidos pela classe sequenciadamente, em prazos combinados - fora da sala de aula. Terminada cada etapa, cabe ao educador levantar aspectos sobre a materialidade linguística: recursos gráficos utilizados e efeitos de sentido produzidos pela sua utilização, pela pontuação ou pelo discurso indireto livre, por exemplo. Em data prevista, em uma discussão coletiva dos aspectos priorizados, são explicitados procedimentos de leitura utilizados, assim como pistas linguísticas que permitiram a mobilização das capacidades utilizadas.

Avaliação

Prova Brasil e Saeb
Semelhanças e diferenças


A Prova Brasil e o Saeb são dois exames complementares que compõem o Sistema de Avaliação da Educação Básica. Para saber mais sobre o assunto veja o quadro comparativo abaixo e leia também a História da Prova Brasil e do Saeb.
Dessa forma você vai entender melhor os pontos em comum e as diferenças entre as duas avaliações.


Prova Brasil
A prova foi criada em 2005.
Sua primeira edição foi em 2005, e em 2007 houve nova aplicação.
A Prova Brasil avalia as habilidades em Língua Portuguesa (foco em leitura) e Matemática (foco na resolução de problemas)
Avalia apenas estudantes de ensino fundamental, de 4ª e 8ª séries.
A Prova Brasil avalia as escolas públicas localizadas em área urbana.
A avaliação é quase universal: todos os estudantes das séries avaliadas, de todas as escolas públicas urbanas do Brasil com mais de 20 alunos na série, devem fazer a prova.
Por ser universal, expande o alcance dos resultados oferecidos pelo Saeb. Como resultado, fornece as médias de desempenho para o Brasil, regiões e unidades da Federação, para cada um dos municípios e escolas participantes.
Aplicação em 2007: 5 a 20 de novembro.
Parte das escolas que participarem da Prova Brasil ajudará a construir também os resultados do Saeb, por meio de recorte amostral.


Saeb
A primeira aplicação ocorreu em 1990.
É aplicado de dois em dois anos. A última edição foi em 2005. Em 2007 houve nova prova.
Alunos fazem prova de Língua Portuguesa (foco em leitura) e Matemática (foco na resolução de problemas)
Avalia estudantes de 4ª e 8ª séries do ensino fundamental e também estudantes do 3º ano do ensino médio.
Avalia alunos da rede pública e da rede privada, de escolas localizadas nas áreas urbana e rural.
A avaliação é amostral, ou seja, apenas parte dos estudantes brasileiros das séries avaliadas participam da prova.
Por ser amostral, oferece resultados de desempenho apenas para o Brasil, regiões e unidades da Federação.
Aplicação em 2007: 5 a 20 de novembro.
Todos os alunos do Saeb e da Prova Brasil farão uma única avaliação.

Fonte: MEC

Prova Brasil 2009


Para quem ainda não sabe, prova Brasil e um exame aplicado pelo MEC, na qual tem a função de avaliar o ensino de escolas publicas entre outras entidades do gênero e mediante aos resultados tentar fazer melhoras na educação. Nos testes os alunos respondem a questões de Língua Portuguesa e Matemática, além é claro do questionário socioeconômico, essa é mais uma tentativa do governo de reforçar a educação aqui no país, só nos resta saber se realmente isso tem resultado. A prova Brasil avalia alunos de 4ª a 8ª serie.
Também existe o SAEB, participam também os alunos de 4ª a 8ª serie mais o 3º ano do ensino médio, assim se tem uma noção em mais larga escala a respeito de como andam as coisas, isso acontece tanto na rede publica quanto na rede privada. Vale a pena fazer, não deixe de contribuir com a sua parte perante ao governo com a esperança de que eles contribuam com a deles!
Fonte:Blogers

Atividades com Temas Juninos











domingo, 24 de maio de 2009

Músicas Juninas


CAPELINHA DE MELÃO

Autor: João de Barros e Adalberto Ribeiro


Capelinha de melão é de São João.

É de cravo, é de rosa, é de manjericão.

São João está dormindo,não me ouve não.

Acordai, acordai, acordai, João.

Atirei rosas pelo caminho.

A ventania veio e levou.

Tu me fizeste com seus espinhos uma coroa de flor.


PEDRO, ANTÔNIO E JOÃO

Autor: Benedito Lacerda e Oswaldo Santiago


Com a filha de JoãoAntônio ia se casar,

mas Pedro fugiu com a noivana hora de ir pro altar.

A fogueira está queimando,o balão está subindo,

Antônio estava chorando e Pedro estava fugindo.

E no fim dessa história, ao apagar-se a fogueira,

João consolava Antônio,que caiu na bebedeira.



BALÃOZINHO

Venha cá, meu balãozinho.

Diga aonde você vai.

Vou subindo, vou pra longe, vou pra casa dos meus pais.

Ah, ah, ah, mas que bobagem.

Nunca vi balão ter pai.

Fique quieto neste canto, e daí você não sai.

Toda mata pega fogo.Passarinhos vão morrer.

Se cair em nossas matas, o que pode acontecer.

Já estou arrependido.

Quanto mal faz um balão.

Ficarei bem quietinho, amarrado num cordão.


SONHO DE PAPEL

Autor: Carlos Braga e Alberto Ribeiro


O balão vai subindo, vem caindo a garoa.

O céu é tão lindo e a noite é tão boa.

São João, São João!

Acende a fogueira no meu coração.

Sonho de papel a girar na escuridão

soltei em seu louvor no sonho multicor.

Oh! Meu São João.

Meu balão azul foi subindo devagar

O vento que soprou meu sonho carregou.

Nem vai mais voltar.


PULA A FOGUEIRA

Autor: João B. Filho


Pula a fogueira Iaiá, pula a fogueira Ioiô.

Cuidado para não se queimar.

Olha que a fogueira já queimou o meu amor.

Nesta noite de festançatodos caem na dança alegrando o coração.

Foguetes, cantos e troca na cidade e na roçaem louvor a São João.

Nesta noite de folguedotodos brincam sem medoa soltar seu pistolão.

Morena flor do sertão, quero saber se tu ésdona do meu coração.


CAI, CAI, BALÃO

Cai, cai, balão.

Cai, cai, balão.

Aqui na minha mão.

Não vou lá, não vou lá, não vou lá.

Tenho medo de apanhar.


Fonte: http://www.suapesquisa.com/musicacultura/musicas_festa_junina.htm

Uma nova versão da Fábula "A cigarra e a formiga".

A formiga boladona (sensacional)
Era uma vez, uma formiguinha e uma cigarra muito amigas.
Durante todo o outono, a formiguinha trabalhou sem parar, armazenando comida para o período de inverno.
Não aproveitou nada do sol, da brisa suave do fim da tarde e nem o bate-papocom os amigos ao final do trabalho tomando uma cervejinha gelada.
Seu nome era 'Trabalho', e seu sobrenome era 'Sempre'.
Enquanto isso, a cigarra só queria saber de cantar nas rodas de amigos enos bares da cidade; não desperdiçou nem um minuto sequer.
Cantou durante todo o outono, dançou, aproveitou o sol, curtiu prá valer sem se preocupar com o invernoque estava por vir.
Então, passados alguns dias, começou a esfriar.
Era o inverno que estava começando.A formiguinha, exausta de tanto trabalhar, entrou para a sua singela e aconchegante toca, repleta de comida.Mas alguém chamava por seu nome, do lado de fora da toca.
Quando abriu a porta para ver quem era, ficou surpresa com o que viu:Sua amiga cigarra estava dentro de uma Ferrari amarela com um aconchegante casaco de vison.E a cigarra disse para a formiguinha:
- Olá, amiga, vou passar o inverno em Paris.
- Será que você poderia cuidar da minha toca?
- E a formiguinha respondeu:
- Claro, sem problemas!
- Mas o que lhe aconteceu?
- Como você conseguiu dinheiro para ir à Paris e comprar esta Ferrari?
E a cigarra respondeu:Imagine você que eu estava cantando em um bar na semana passada e um produtor gostou da minha voz.Fechei um contrato de seis meses para fazer show em Paris...À propósito, a amiga deseja alguma coisa de lá?D
esejo sim, respondeu a formiguinha.
Se você encontrar o La Fontaine (Autor da Fábula Original) por lá, mandaele ir CATAR LATA!

Fábula- A cigarra e a formiga.


Clique na imagem para visualizá-la melhor!

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Festa Junina

Convite e lembrancinha












































































Festa Junina

Quebra Cabeça

Festa Junina



CASAL DE ESPANTALHO


Fonte: Oficina da Criatividade

Festa Junina

Fonte Wikipédia
Festas juninas ou santos populares são uma celebração brasileira e portuguesa, de origem européia. Historicamente, está relacionada com a festa pagã do solstício de verão, que era celebrada no dia 24 de junho, segundo o calendário juliano (pré-gregoriano) e cristianizada na Idade Média como "Festa de São João".
Em Portugal, estas festas são conhecidas pelo nome de santos populares e correspondem a diferentes feriados municipais: Santo António, em Lisboa, São Pedro no Seixal, São João, no Porto, em Braga e em Almada.
No Brasil, recebeu o nome de junina (chamada inicialmente de joanina, de São João), porque acontece no mês de junho. Além de Portugal, a tradição veio de outros países europeus cristianizados dos quais se oriundam as comunidades de imigrantes, chegados a partir de meados do século XIX. Ainda antes, porém, a festa já tinha sido trazida para o Brasil pelos portugueses e logo foi incorporada aos costumes das populações indígenas e afro-brasileiras.Festas de São João são ainda celebradas em alguns países europeus católicos, protestantes e ortodoxos (França, Portugal, Irlanda, os países nórdicos e do Leste europeu). As fogueiras de São João e a celebração de casamentos reais ou encenados (como o casamento fictício no baile da quadrilha nordestina) são costumes ainda hoje praticados em festas de São João européias.A festa de São João brasileira é típica da Região Nordeste. Por ser uma região árida, o Nordeste agradece anualmente a São João, mas também a São Pedro, pelas chuvas caídas nas lavouras. Em razão da época propícia para a colheita do milho, as comidas feitas de milho integram a tradição, como a canjica e a pamonha.
O local onde ocorre a maioria dos festejos juninos é chamado de arraial, um largo espaço ao ar livre cercado ou não e onde barracas são erguidas unicamento para o evento, ou um galpão já existente com dependências já construídas e adaptadas para a festa.
Geralmente o arraial é decorado com bandeirinhas de papel colorido, balões e palha de coqueiro. Nos arraiás acontecem as quadrilhas, os forrós, leilões, bingos e os casamentos matutos.Atualmente, os festejos ocorridos em cidades pólos do Norte e Nordeste dão impulso à economia local. Citem-se, como exemplo, Caruaru em Pernambuco; Campina Grande na Paraíba; Mossoró no Rio Grande do Norte; Maceió em Alagoas; Aracaju em Sergipe; Juazeiro do Norte no Ceará; e Cametá no Pará. Além disso, também existem nas pequenas cidades, festas mais tradicionais como Cruz das Almas, Ibicuí, Jequié e Euclides da Cunha na Bahia. As duas primeiras cidades disputam o título de Maior São João do Mundo, embora Caruaru esteja consolidada no Guinness Book, categoria festa country (regional) ao ar livre.


Origem da fogueira


De origem européia, as fogueiras juninas fazem parte da antiga tradição pagã de celebrar o solstício de verão. Assim como a cristianização da árvore pagã "sempre verde" em árvore de natal, a fogueira do dia de "Midsummer" (24 de Junho) tornou-se, pouco a pouco na Idade Média, um atributo da festa de São João Batista, o santo celebrado nesse mesmo dia. Ainda hoje, a fogueira de São João é o traço comum que une todas as festas de São João européias (da Estônia a Portugal, da Finlândia à França).
Estas celebrações estão ligadas às fogueiras da Páscoa e às fogueiras de Natal.Uma lenda católica cristianizando a fogueira pagã estival afirma que o antigo costume de acender fogueiras no começo do verão europeu tinha suas raízes em um acordo feito pelas primas Maria e Isabel.
Para avisar Maria sobre o nascimento de São João Batista e assim ter seu auxílio após o parto, Isabel teria de acender uma fogueira sobre um monte.
O uso de balões

O uso de balões e fogos de artifício durante São João no Brasil está relacionado com o tradicional uso da fogueira junina e seus efeitos visuais. Fogos de artifício manuseados por pessoas privadas e espetáculos pirotécnicos organizados por associações ou municipalidades tornaram-se uma parte essencial da festa no Nordeste e em outras partes do Brasil. Os fogos de artifício, segundo a tradição popular, servem para despertar São João Batista.Os balões, no entanto, constituem atualmente uma prática proibida por lei devido ao risco de incêndio.
Os balões serviam para avisar que a festa iria começar; eram soltos de cinco a sete balões para se identificar o início da festança.Durante todo o mês de junho é comum, principalmente entre as crianças, soltar bombas. Algumas delas são:* Traque* Chilene* Cordão* capeção-de-negro* Cartucho* Treme-Terra* Rojão* Buscapé* Cobrinha* Espadas-de-fogoO mastro de São João.
O mastro de São João, conhecido em Portugal como o mastro dos Santos Populares, é erguido durante a festa junina para celebrar os três santos ligados a essa festa.
No Brasil, no topo de cada mastro são amarradas em geral três bandeirinhas simbolizando os santos.
Tendo hoje em dia uma significação cristã bastante enraizada e sendo, entre os costumes de São João, um dos mais marcadamente católico, o levantamento do mastro tem sua origem, no entanto, no costume pagão de levantar o "mastro de maio", ou a árvore de maio, costume ainda hoje vivo em algumas partes da Europa.
Além de sua cristianização profunda em Portugal e no Brasil, é interessante notar que o levantamento do mastro de maio em Portugal passou a ser erguido em junho e a celebrar as festas desse mês (o mesmo fenômeno também ocorrendo na Suécia, onde o mastro de maio, "majstången", de origem primaveril, passou a ser erguido durante as festas estivais de junho, "Midsommarafton").
O fato de suspender milhos e laranjas ao mastro de São João parece ser um vestígio de práticas pagãs similares em torno do mastro de maio.
Hoje em dia, um rico simbolismo católico popular está ligado aos procedimentos envolvendo o levantamento do mastro e os seus enfeites.A Quadrilha




A quadrilha brasileira tem o seu nome de uma dança de salão francesa para quatro pares, a "quadrille", em voga na França entre o início do século XIX e a Primeira Guerra Mundial. A "quadrille" francesa, por sua parte, já era um desenvolvimento da "contredanse", popular nos meios aristocráticos franceses do século XVIII.
A "contredanse" se desenvolveu a partir de uma dança inglesa de origem campesina , surgida provavelmente por volta do século XIII, e que se popularizara em toda a Europa na primeira metade do século XVIII.A "quadrille" veio para o Brasil seguindo o interesse da classe média e das elites portuguesas e brasileiras do século XIX por tudo que fosse a última moda de Paris (dos discursos republicanos de Gambetta e Jules Ferry, passando pelas poesias de Victor Hugo e Théophile Gautier até a criação de uma academia de letras, dos belos cabelos cacheados de Sarah Bernhardt até ao uso do cavanhaque).
Ao longo do século XIX, a quadrilha se popularizou no Brasil e se fundiu com danças brasileiras pré-existentes e teve subsequentes evoluções (entre elas o aumento do número de pares e o abandono de passos e ritmos franceses). Ainda que inicialmente adotada pela elite urbana brasileira, esta é uma dança que teve o seu maior florescimento no Brasil rural (daí o vestuário campesino), e se tornou uma dança própria dos festejos juninos, principalmente no Nordeste. A partir de então, a quadrilha, nunca deixando de ser um fenômeno popular e rural, também recebeu a influência do movimento nacionalista e da sistematização dos costumes nacionais pelos estudos folclóricos.
O nacionalismo folclórico marcou as ciências sociais no Brasil como na Europa entre os começos do Romantismo e a Segunda Guerra Mundial. A quadrilha, como outras danças brasileiras tais que o pastoril, foi sistematizada e divulgada por associações municipais, igrejas e clubes de bairros, sendo também defendida por professores e praticada por alunos em colégios e escolas, na zona rural ou urbana, como sendo uma expressão da cultura cabocla e da república brasileira. Esse folclorismo acadêmico e ufano explica duma certa maneira o aspecto matuto rígido e artificial da quadrilha.
No entanto, hoje em dia, essa artificialidade rural é vista pelos foliões como uma atitude lúdica, teatral e festiva, mais do que como a expressão de um ideal folclórico, nacionalista ou acadêmico qualquer.
Seja como for, é correto afirmar que a quadrilha deve a sua sobrevivência urbana na segunda metade do século XX e o grande sucesso popular atual aos cuidados meticulosos de associações e clubes juninos da classe média e ao trabalho educativo de conservação e prática feito pelos estabelecimentos do ensino primário e secundário, mais do que à prática campesina real, ainda que vivaz, porém quase sempre desprezada pela cultura citadina.Desde do século XIX e em contato com diferentes danças do país mais antigas, a quadrilha sofreu influências regionais, daí surgindo muitas variantes:
* "Quadrilha Caipira" (São Paulo)* "Saruê", corruptela do termo francês "soirée", (Brasil Central)
* "Baile Sifilítico" (Bahia)
* "Mana-Chica" (Rio de Janeiro)
* "Quadrilha" (Sergipe)* "Quadrilha Matuta"Hoje em dia, entre os instrumentos musicais que normalmente podem acompanhar a quadrilha encontram-se o acordeão (acordeom), pandeiro, zabumba, violão, triângulo e o cavaquinho. Não existe uma música específica que seja própria a todas as regiões.
A música é aquela comum aos bailes de roça, em compasso binário ou de marchinha, que favorece o cadenciamento das marcações.Em geral, para a prática da dança é importante a presença de um mestre "marcante" ou "marcador", pois é quem determina as figurações diversas que os dançadores devem desenvolver. Termos de origem francesa são ainda utilizados por alguns mestres para cadenciar a dança.
Os participantes da quadrilha, vestidos de matuto ou à caipira, como se diz fora do nordeste(indumentária que se convencionou pelo folclorismo como sendo a das comunidades caboclas), executam diversas evoluções em pares de número variável. Em geral o par que abre o grupo é um "noivo" e uma "noiva", já que a quadrilha pode encenar um casamento fictício. Esse ritual matrimonial da quadrilha liga-a às festas de São João européias que também celebram aspirações ou uniões matrimoniais.
Esse aspecto matrimonial juntamente com a fogueira junina constituem os dois elementos mais presentes nas diferentes festas de São João da Europa.Outras danças e cançõesNo Nordeste brasileiro, o forró assim como ritmos aparentados tais que o baião,o xote,o reizado,o samba-de-coco e as cantigas são danças e canções típicas das festas juninas.e algumas vezes musicas antigas de autores famosos.Costumes popularesAs festas juninas brasileiras podem ser divididas em dois tipos distintos: as festas da Região Nordeste e as festas do Brasil caipira, ou seja, nos estados de São Paulo, Paraná (norte), Minas Gerais (sobretudo na parte sul) e Goiás.
No Nordeste brasileiro se comemora, com pequenas ou grandes festas que reúnem toda a comunidade e muitos turistas, com fartura de comida, quadrilhas, casamento matuto e muito forró. É comum os partcipantes das festas se vestirem de matuto, os homens com camisa quadriculada, calça remendada com panos coloridos, e chapéu de palha, e as mulheres com vestido colorido de xita e chapéu de palha.
No interior de São Paulo ainda se mantêm a tradição da realização de quermesses e danças de quadrilha em torno de fogueiras.Em Portugal há arraiais com foguetes, assam-se sardinhas e oferecem-se manjericos, as marchas populares desfilam pelas ruas e avenidas, dão-se com martelinhos de plastico e alho porro nas cabeças das pessoas principalmente nas crianças e quando os rapazes se querem meter com as raparigas solteiras.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Lição de casa - Que prática é esta ?




A Lição de Casa é uma prática instalada na rotina escolar e, com pequenas diferenças, acontece na grande maioria das escolas, sejam quais forem as suas concepções de ensino e aprendizagem.No entanto, a Lição de Casa também tem sido objeto de preocupação e desconforto, por parte de todos os envolvidos: professores, pais e alunos. Considerando o quanto o dever de casa é parte do processo escolar, é curioso o quanto incomoda.
Para os professores, é um trabalho diário de planejar e preparar tarefas adequadas e pertinentes aos conteúdos tratados em sala de aula, possíveis de serem realizadas sozinhas pelo aluno. Depois, ainda merece a atenção do professor no que diz respeito à correção, à devolutiva que é feita ao aluno, às revisões necessárias, aos alunos que apresentam dificuldades em realizá-la ou que não fazem a lição de casa, por diferentes motivos. E, este trabalho, na maioria das vezes, não revela a riqueza e a criatividade das situações vivenciadas em sala de aula, das metodologias utilizadas, restringindo-se a atividades mecânicas e de fixação de conteúdos, comprometendo, inclusive, o entendimento do Projeto Pedagógico da Escola, por parte dos pais.
Para estes, que têm como referência principal o seu próprio filho, a Lição de Casa recebe avaliação controversa: para alguns, é muita tarefa e não sobra tempo para outras atividades; para outros, é pouca tarefa, que é realizada em dez minutos e a criança não adquire hábitos de estudo.
Para alguns pais, ainda, a lição de casa não tem a qualidade desejada, seja porque é fácil demais, sem desafios ao aluno, ou porque a criança não consegue fazê-la sozinha, necessitando de ajuda, o que nem sempre é possível, pela falta de tempo ou mesmo pela dificuldade dos pais compreenderem as novas metodologias de ensino, diferentes do seu tempo de escola. Há ainda, aqueles que avaliam a qualidade dos enunciados, a clareza das propostas, os erros ortográficos ou de digitação e até mesmo os erros conceituais.
Para os alunos, a Lição de Casa, muitas vezes, também gera desconforto. Há alunos que apresentam uma necessidade de corresponder à idéia de que só serão aceitos pela professora, se suas lições estiverem completas, corretas e perfeitas. Isto causa ansiedade e sofrimento. Há alunos que não se permitem errar e, portanto, não se permitem tentar, ousar, levantar hipóteses, pensar e fazer conforme aquilo que pensou.
São alunos que precisam da certeza de que sua resposta é aquela que, supostamente, a professora está esperando. Sabemos que há alunos que fazem da lição de casa um pretexto para ter a presença e atenção dos pais, apresentando uma suposta falta de autonomia, já que em sala de aula realizam, sozinhos, atividades semelhantes.
Temos também, alunos que apresentam dificuldade com a organização de sua rotina diária e esquecem de fazer ou de trazer a lição. Isto para alguns é bastante perturbador e, portanto, ocorre esporadicamente. Para outros, ocorre com freqüência e precisam de intervenções constantes, pois aparentam não se incomodar com a situação. Há, ainda, alunos que não se interessam pelas atividades de Lição de Casa, vão deixando para mais tarde, e acabam sem tempo para fazê-la ou fazendo sem qualidade.
Poderíamos enumerar muitos outros desdobramentos destas situações geradas pela Lição de Casa, porém, o que foi apresentado até aqui, nos parece suficiente para justificar a necessidade de uma reflexão e uma re- significação de sua prática.
PARA QUE SERVE A LIÇÃO DE CASA?

Em primeiro lugar, precisamos situar a Lição de Casa como atividades que representam uma oportunidade de auto- aprendizagem, auto-conhecimento, de reflexão, expressão e crescimento pessoal do aluno. Para isto, é preciso repensar duas crenças arraigadas: a de que a tarefa de casa tem como objetivo que o aluno aprenda o que foi trabalhado em classe, fazendo exercícios repetitivos e mecânicos, ou seja, que aprendemos pela repetição; e a crença de que a obrigatoriedade da lição diária gera, por si só, a responsabilidade e o hábito de estudo.
Não aprendemos pela repetição mecânica e descontextualizada, mas pelo significado que atribuímos ao conteúdo estudado, pela capacidade adquirida para poder compreendê-lo, pelo seu uso nas situações de vida, pelo envolvimento que podemos ter com o objeto de estudo. O hábito de estudo, ou melhor, o gosto pelo estudo é adquirido quando o aluno experimenta o desejo de conhecer e o que isto lhe traz de crescimento pessoal.
Neste sentido, o professor tem a missão desafiadora que é despertar no aluno o desejo pelo conhecimento do mundo, do outro e de si mesmo. E quando falamos em desejo, falamos daquele sentimento que põe em movimento todo o corpo e todo o pensamento, portanto, não é só prazer, não é só aprender o que gosto. O desejo espanta a apatia e faz buscar, pesquisar, trabalhar, até que se consiga o conhecimento desejado e se experimenta a satisfação por aprender.A Lição de Casa, assim como o trabalho realizado em sala de aula, deve servir a este propósito e, para isto, uma atitude é fundamental: que os adultos, pais e professores, estabeleçam uma relação com o conhecimento, que seja coerente com aquilo que esperamos da criança, ou seja, o desejo pelo conhecimento, o hábito de estudo e a leitura, também precisam estar presentes na vida das pessoas com as quais a criança convive.
A Lição de Casa como oportunidade de auto-conhecimento e reflexão é aquela que propõe ao aluno, de forma orientada, uma análise de sua aprendizagem diante de um determinado conteúdo, seja ele um conceito, um procedimento ou uma atitude. Este tipo de atividade deve proporcionar ao aluno perguntar-se sobre:
- O que sei deste conteúdo?
- O que ainda não consegui entender?
- Que perguntas gostaria de fazer?
- Que hipótese levanta sobre a minha dificuldade?
- Que coisas estão interferindo na minha aprendizagem, ajudando ou atrapalhando?
- O que espero, como ajuda, do meu professor?
Propor ao aluno que reflita sobre estas questões e expresse seus sentimentos e sua percepção de como avalia seu processo de aprendizagem, poderá ser um instrumento mais eficaz de aprendizagem e favorecer a sua participação e protagonismo, do que simples exercícios de repetição
.COMO DEVE SER A LIÇÃO DE CASA
Não há um único tipo de Lição de Casa que poderíamos escolher como a melhor.
A diversidade de propostas é o que poderá beneficiar a todos os alunos.Neste sentido, o professor deverá cuidar para que, ao planejar as tarefas de casa, apresente um repertório diversificado em habilidades e procedimentos importantes para o desenvolvimento do aluno. Esta diversidade inclui atividades em que o aluno possa, por exemplo, realizar leituras de diferentes tipos de textos (informativos, poéticos, jornalísticos...), com diferentes objetivos: coletar dados, conhecer um determinado assunto, aprofundar um tema estudado em sala de aula, apreciar um poema, conhecer um determinado autor, enfim, são inúmeras as possibilidades que, a partir da leitura, podemos desenvolver. Para que a leitura não seja uma Lição de Casa desvalorizada, feita com um passar de olhos, é importante que o professor oriente, através de questões, os procedimentos de leitura necessários para que o aluno possa atingir os objetivos propostos.
Dificilmente os objetivos serão alcançados se o enunciado da Lição de Casa se restringir a : “Leitura do texto XXXXXX”, ou se as questões propostas forem apenas para tratar o vocabulário desconhecido e verificar se o aluno compreendeu o que leu. As orientações de leitura devem chamar a atenção do aluno para habilidades que ele pode não ter adquirido ainda, ao ler um texto sozinho. Ter clareza, por exemplo, de porque está lendo aquele texto, pode mudar completamente a forma como vai ler e a sua busca diante do texto.
Aprender a perceber a estrutura do texto, é outro exemplo de uma habilidade que, na maioria das vezes, os alunos ainda não conseguem analisar sozinhos. Assim, o professor orienta a reconhecer os recursos que o autor utilizou em um texto informativo, por exemplo, para introduzir o tema, para desenvolvê-lo e como o conclui.
Se a Lição de casa for um texto da literatura infanto-juvenil ou um texto poético, outros procedimentos poderão ser desenvolvidos, principalmente aqueles relacionados à criatividade, formas de expressão e posicionamento do aluno diante da leitura.Além da leitura, a Lição de Casa pode incluir a coleta de dados, atividades de criação, revisão e fixação. No caso da coleta de dados, preferimos utilizar este termo e não pesquisa, pois esta envolve habilidades e procedimentos que os alunos, nesta etapa da escolaridade ainda não adquiriram. A coleta de dados poderá ser feita através de entrevistas, desde que orientadas previamente em sala de aula, com questões construídas pelo professor e alunos.
Quando a coleta envolve entrevista com outras pessoas, a orientação é que não seja solicitada de um dia para outro. No caso da coleta ser feita através de fonte escrita, o professor deverá oferecer a fonte. Quando a fonte não for disponibilizada ao aluno, a lição terá o caráter de contribuição e, portanto, não será exigida de todos os alunos.Além da diversidade de tipos de Lição de Casa, é importante que o professor esteja atento à necessidade de diversificar a quantidade e o grau de dificuldade que a lição oferece, tendo em vista o conhecimento que tem de seus alunos quanto ao ritmo de trabalho, autonomia e desenvolvimento cognitivo. Para todos os alunos a Lição de Casa poderá ser um desafio, mas sempre um desafio alcançável.
Receber Lição de Casa diferenciada não será motivo de estranhamento se, na rotina da sala de aula, a diversidade for trabalhada com respeito em todas as situações.
Toda a Lição de Casa deverá ter um registro escrito, pois as propostas orais incidem, com mais facilidade, em esquecimentos e falta de compreensão.A qualidade da tarefa deverá ser avaliada tendo como referência alguns critérios:
- apresentação gráfica (legibilidade, clareza, ilustração, topografia);
- clareza e coerência nos enunciados;
- propostas desafiadoras, mas que o aluno tenha condições de realizar sozinho;
- diversidade de procedimentos envolvidos;
- propostas contextualizadas;
- diversidade de conteúdos;
- atividades que possibilitem a sistematização, a fixação, a criação, a busca do conhecimento;
- atividades que orientem o aluno a saber estudar;
- atividades que proporcionam ao aluno a reflexão do seu próprio processo de aprendizagem;
- atividades que propõem ao aluno criar propostas de Lição de Casa de acordo com a sua necessidade e desenvolvimento;
- propostas que envolvem conceitos corretos e atualizados das diferentes disciplinas.
Aprender a estudar também poderá ser uma atividade de Lição de Casa, desde que orientada pelo professor. Escrever na agenda: “estudar a tabuada”, ou “estudar tal assunto”, não será suficiente para que o aluno possa se beneficiar desta tarefa.
Nesta fase da escolaridade, cabe ao professor ensinar diferentes possibilidades de como se estuda, inclusive propondo que os próprios alunos criem procedimentos de estudo e os socializem com os colegas. Saber estudar também se aprende, pois supõe a utilização de uma série de habilidades como leitura, síntese, análise, classificação, comparação e muitas outras, que necessitam ser explicitadas e trabalhadas com o aluno.
QUAL A PERIODICIDADE E QUANTIDADE DE LIÇÃO DE CASA?

A Lição de Casa é proposta para todos os dias da semana.
Os professores são orientados a não propor tarefa apenas para o final de semana. Isto, no entanto, não é lei. Há casos, por exemplo, em que o andamento do Projeto de classe necessita de dados e estes serão melhor coletados no final de semana. Neste caso, o bom senso e a flexibilidade deverão ser a referência de trabalho.
Quanto à quantidade, não chegaremos a um consenso, visto que a sua adequação depende de alguns fatores que variam muito de uma criança para outra, como: rotina diária da casa; horário de levantar, dormir; solicitação de amigos e vizinhos para brincar; atividades esportivas e culturais; supervisão de adultos na organização da rotina; motivação para o estudo; autonomia para o trabalho, enfim, fatores que interferem na quantidade de tempo que a criança dispõe para realizar a tarefa de casa e na qualidade com que as realiza.
Neste sentido, o ajuste necessário em relação à quantidade de Lição de Casa poderá ser feito a partir do conhecimento que o professor tem das competências de sua turma e de cada aluno em particular; do trabalho que realiza em sala de aula, no sentido de obter dos alunos dados sobre as condições em que realizam a Lição de Casa, sobre as dificuldades e facilidades encontradas; e da constante comunicação entre os pais e a escola sobre o desempenho da criança ao fazer as tarefas de casa.É possível, assim, estimar uma quantidade média de lição para cada ano /série, mas esta será apenas uma referência, sujeita a avaliações e ajustes constantes.
A CORREÇÃO DA LIÇÃO DE CAS
Toda a tarefa solicitada pelo professor deverá receber algum tipo de tratamento, que pode variar conforme o objetivo. Por exemplo:
- Correção individual feita pelo professor: neste tipo de correção o professor avalia o trabalho de cada aluno com o objetivo de conhecer o que consegue fazer sozinho, sondar a situação da classe em relação ao conteúdo da lição, propor novas atividades, apontar para o aluno as revisões necessárias, e situá-lo em relação ao seu desempenho;
- Correção coletiva feita pelo aluno com a mediação do professor e dos colegas: a correção coletiva tem como objetivo desenvolver no aluno a competência para a auto-correção orientada. Nesta correção o professor trabalha com a idéia de que podem existir várias maneiras de se resolver uma situação, de que não há, necessariamente, uma única resposta correta e com a idéia de que a socialização das respostas do grupo-classe poderá trazer contribuições para a resposta que elaborou individualmente.
É uma correção que merece bastante atenção por parte do professor, pois não se trata apenas de conferir respostas, mas de capacitar o aluno a comparar respostas, verificando semelhanças e diferenças quanto ao conteúdo e forma de apresentá-las;
- Correção feita em duplas de alunos, com posterior revisão do professor: esta forma de correção permite aos alunos uma troca efetiva sobre o trabalho realizado em casa.
O professor pode orientar esta correção oferecendo, por exemplo, um roteiro de análise a partir do qual os alunos avaliam os seus próprios trabalhos e apontam o que deve ser revisto. Ao recolher a correção feita em duplas, o professor analisa, também, a capacidade de auto-correção da dupla e as intervenções necessárias;- Correção por amostragem feita pelo professor: a amostragem é um recurso que o professor pode utilizar em algumas tarefas, diminuindo a sobrecarga de atividades a serem corrigidas. Assim, com uma classe, por exemplo, de trinta alunos, poderá analisar o aprendizado de um determinado conteúdo, corrigindo atividades de seis alunos por dia. Ao final de uma semana, terá dados de cada aluno individualmente, e da classe como um todo. As atividades dos outros alunos poderão receber o tratamento da correção coletiva;- Correção feita por colegas monitores: quando o professor tiver como prática a monitoria de alunos, poderá recorrer a esta prática, desde que oriente e estabeleça com os alunos alguns parâmetros e procedimentos de correção. Poderá ainda combinar esta prática com a correção por amostragem, analisando a competência de cada aluno para este trabalho e a necessidade de intervenção;
- Auto-correção: para tarefas mais objetivas, o professor poderá propor que os alunos exercitem a auto-correção, procedimento de extrema importância no processo de aprendizagem do aluno. Poderá, para isto, elaborar um roteiro de análise e/ou um gabarito, para que o aluno tenha condições de refletir sobre suas respostas, identificar possíveis erros e tentar refazer o que for necessário.Em relação ao tipo de correção, a diversidade também é um fator favorável para o desenvolvimento de procedimentos de aprendizagem no aluno.
A utilização de diferentes formas de correção poderá romper com a idéia de que o aluno faz a lição somente para o professor corrigir, estabelecendo assim uma relação mecânica e sem significado com o conhecimento. A relação democrática na sala de aula, o clima de confiança recíproca entre professor e alunos e a compreensão de que o erro é um caminho necessário para aprender, precisam ser intencionalmente construídos para que seja possível a realização e o tratamento da Lição de Casa com mais sentido.
A tarefa de casa é apenas um dos aspectos da vida da sala de aula. Não se pode esperar que o aluno tenha espontaneamente atitudes desejadas frente à lição de casa, se a relação estabelecida no dia a dia da classe for autoritária e não houver espaço para a dúvida, para o erro, para a hipótese, para o pensamento divergente, para procedimentos diversos. A atitude do professor diante do conhecimento do aluno, daquilo que ele foi capaz de elaborar sozinho, terá uma influência decisiva na sua segurança para ousar, arriscar, pensar, buscar procedimentos pessoais de resolução de situações.Ainda com relação à correção, é preciso salientar a importância do compromisso que deve ser estabelecido entre professor e alunos sobre a Lição de Casa.
Este compromisso deverá ser trabalhado diariamente, a partir de atitudes e regras claras. Por exemplo, se a tarefa foi combinada para determinado dia, tanto o professor, como o aluno, devem assumir este compromisso. Cabe ao professor organizar a rotina da aula daquele dia, para que a lição receba o tratamento adequado e o trabalho do aluno seja valorizado. O aluno deverá ter clareza das conseqüências, em seu desempenho, sobre o fato de não cumprir as tarefas. Cabe ainda, ao professor, fazer devolutivas sobre a qualidade do trabalho do aluno, de forma clara e acessível e com prazos razoáveis.
Não faz muito sentido o aluno receber a correção da lição de casa, três ou quatro semanas depois.De forma coerente com o processo de avaliação assumido pela Escola, a devolutiva de avaliação do trabalho do aluno deverá ser feita através de comentários escritos ou orais, com o objetivo de situar o aluno sobre o seu desempenho e auxiliá-lo, se for o caso, a rever seus procedimentos. Notações numéricas ou com letras não fazem parte da avaliação dos Ciclos I e II da Escola. Conceitos como Bom, Muito Bom, Médio, Fraco, não trazem ao aluno informação suficiente para que possa melhorar o trabalho. Apenas classificam o desempenho do aluno, sem que este tenha a oportunidade de aprender a partir da intervenção do professor.
O ALUNO QUE NÃO FAZ A LIÇÃO DE CASA

Não podemos estabelecer condutas generalizadas diante do fato de alunos que não fazem a Lição de Casa. Cada caso deverá ser analisado pelo professor juntamente com a coordenação e, a partir desta análise, as condutas deverão ser estabelecidas e acordadas entre a Escola , a família e a criança.No entanto, algumas atitudes são fundamentais nesta situação e o trabalho diário deverá contribuir para que o aluno:
- Tenha clareza quanto à importância da responsabilidade com a Lição de Casa;
- Perceba que a falta da lição compromete o seu trabalho em sala de aula;
- Assuma as conseqüências da lição não feita e se comprometa em reverter a situação;
- Tenha dados precisos, semanalmente, sobre a quantidade de lições que deixou de fazer e reflita sobre os motivos que o levaram a isto.Quanto ao professor, é preciso todo o cuidado para que suas atitudes frente ao compromisso da lição de casa não oscilem entre os extremos, ou seja, ora agindo de maneira permissiva, adiando prazos, não deixando claro para o aluno como a falta da tarefa compromete o seu desempenho e desenvolvimento, não tendo formas eficazes de organização na classe para verificar quais alunos fizeram a tarefa, não se organizando para que na rotina do dia a tarefa receba o tratamento adequado; ora agindo de maneira autoritária, comentando com o aluno de forma a provocar constrangimento diante dos colegas, não abrindo espaço para ouvir os motivos que o aluno teve para não realizar a tarefa.
A responsabilidade com a Lição de Casa é uma atitude a ser desenvolvida no aluno. No entanto, nem o descaso com a tarefa, nem a excessiva preocupação devem estar presentes.
O professor deverá cuidar e agir coerentemente, para que o aluno perceba a diferença entre não fazer a lição ou parte dela, porque tentou, mas não conseguiu, trazendo assim as suas dúvidas para a sala de aula, e não trazer a lição por motivos que demonstram descompromisso.
A LIÇÃO DE CASA NA ROTINA DO DIA

Para que a tarefa de casa tenha a atenção e o tratamento adequados, é preciso que o professor planeje a agenda do dia de tal forma que tenha tempo suficiente para:- conversar com os alunos sobre a proposta da lição de casa, esclarecendo possíveis dúvidas com o vocabulário, enunciados, procedimentos, enfim, antecipando dificuldades que possam surgir.
Para isto, é importante que o professor apresente a lição, peça para os alunos lerem individualmente e levantarem dúvidas, que serão compartilhadas com a classe. O professor, com o conhecimento que tem de seus alunos, deve estar atento para que todos participem deste momento;- os alunos registrarem a Lição de Casa na agenda e o professor verificar se todos anotaram adequadamente.
São atitudes de organização que parecem sem muita importância, mas que podem ajudar o aluno;- distribuir a Lição de Casa, de tal forma que o professor tenha certeza de que todos recebam e de que os ausentes terão suas tarefas guardadas. A mesma organização deverá acontecer na hora de recolher a Lição de Casa, tendo controle sobre quem entregou ou não, para que possa intervir. Estes momentos deverão acontecer com a classe em silêncio e com todos em seus lugares, sentados;- dar o tratamento adequado para a Lição de Casa, seja apenas recolhendo para uma avaliação individual ou retomando no coletivo da sala.
Mesmo que seja somente para recolher, é importante o professor ouvir os alunos sobre as dúvidas, dificuldades, enfim questões que trazem sobre a realização da tarefa em casa. Se a tarefa foi uma coleta de dados ou uma outra contribuição e o tempo não der para todos os alunos apresentarem no mesmo dia, o professor deverá, pelo menos, tomar conhecimento da contribuição de cada um e organizar com a classe todas as apresentações para o dia seguinte;- os alunos receberem a Lição de Casa corrigida, com as considerações do professor e terem o tempo em sala de aula, sob supervisão do professor, para realizar as revisões sugeridas e arquivarem a lição adequadamente.


A LIÇÃO DE CASA E A FAMÍLIA

A pergunta mais freqüente dos pais é se devem ajudar na Lição de Casa e, se sim, como devem fazê-lo.Não há uma resposta absoluta para esta questão, pois depende de vários fatores que analisaremos a seguir.Em primeiro lugar, vamos considerar que a relação que o aluno estabelece com o conhecimento depende, em grande parte, da relação que os adultos, com os quais convive, têm com o conhecimento. Desta forma, compartilhar na família, experiências de conhecimentos trará contribuições importantes para o desenvolvimento intelectual de todos. Adultos que compartilham com a criança a leitura de um livro, comentam informações de jornais ou revistas, expõem idéias sobre um tema de interesse, conversam sobre idéias e sentimentos acerca de um filme, por exemplo, sem dúvida, fazem toda a diferença no seu desenvolvimento. Com a Lição de Casa e com qualquer outra atividade escolar, não será diferente. Adultos que se interessam por aquilo que a criança está aprendendo na escola, comentando o que sabem a respeito, disponibilizando fontes de informações, trarão contribuições importantes no desempenho escolar do aluno.No entanto, interessar-se não significa assumir para si a obrigação de ensinar à criança, conceitos e procedimentos que são da competência da escola. Os adultos não estão proibidos de compartilhar o conhecimento trabalhado na escola com as crianças, mas também não devem se sentir obrigados a fazê-lo.Quando a criança solicita muita ajuda para realizar a tarefa de casa, os pais devem comunicar a escola para que os motivos sejam analisados. A experiência tem mostrado que, na maioria das vezes, a criança pede ajuda porque tem medo de errar e não suporta a idéia de expor isto ao professor e aos colegas de classe. Ainda não consegue perceber que a tarefa será valorizada pela sua disponibilidade de pensar e buscar soluções com autonomia e não só por apresentar respostas corretas.A análise desta situação inclui tanto a percepção das práticas e atitudes dos professores e colegas diante do erro ou hipótese da criança, como a percepção dos sentimentos da criança em relação à sua auto-exigência, ou, às vezes, à exigência da família quanto ao desempenho da criança.A comunicação entre a família e escola é a melhor opção para as dúvidas e dificuldades relacionadas à Lição de Casa, pois cada situação envolve soluções diferenciadas. Há crianças, por exemplo, que a própria escola sugere o acompanhamento de um especialista para a realização da tarefa de casa. Outras, a escola pede para que os pais não interfiram, pois poderão confundir a criança, como é o caso, por exemplo, quando adultos fazem intervenções na escrita da criança quando ela ainda não está alfabética, ou quando tentam ensinar o algoritmo de uma operação quando ela ainda não possui o seu conceito.Em relação, ainda, à participação dos pais nas tarefas de casa, a orientação da Escola é que não façam pela criança aquilo que ela tem condições de realizar sozinha, mesmo que o produto não corresponda à expectativa dos adultos. Há situações, por exemplo, em que as crianças preparam cartazes, maquetes, para a apresentação do seu Projeto Individual e que são feitos por adultos. Ou então, quando o professor pede uma coleta de dados, que deve ser bem pontual e orientada, e o aluno traz folhas e mais folhas retiradas da Internet, sem significado para ele.A Lição de Casa deverá permitir ao aluno desenvolver a sua autonomia para aprender. Os adultos contribuirão para isto, na medida em que deixarem as crianças experimentarem aquilo que conseguem fazer sozinhas, e só então, receberem a ajuda necessária.Com relação à família, ainda, a escola deverá cuidar para que não haja excesso de solicitação. Eventualmente, os pais e parentes podem ser fonte de dados, emitindo opiniões, dando depoimentos, fazendo comentários à respeito de um tema que está sendo trabalhado em classe, porém, isto não deverá ocorrer com freqüência, pois sabemos que nem todos têm a mesma disponibilidade de tempo, podendo trazer constrangimento ao aluno.Finalizando estas considerações sobre Lição de Casa, saliento a importância do professor dialogar diariamente com seus alunos sobre todas as questões acima expostas. As suas intenções e expectativas, normalmente, não são compartilhadas explicitamente com os alunos. Os alunos, por sua vez, também precisam falar sobre como se sentem diante da tarefa de casa. Isto tudo dá trabalho, gasta muito tempo, mas como diz Madalena Freire, “...aprender não é espontâneo nem natural. Em certo sentido, aprender dói, pois se dá no trabalho com a ignorância. É um confronto com a falta, com o limite, com o desejo. Muita gente imagina, nos desvios do construtivismo, que aprender tem de ser gostoso, prazeroso, lúdico... Não é nada disso: dói. Não é a dor eterna, mas a dor do início da construção da disciplina intelectual. O prazer só vem depois, como um parto.”