domingo, 31 de maio de 2009
quinta-feira, 28 de maio de 2009
quarta-feira, 27 de maio de 2009
Reflexão
O educador diz: “Veja!” - e, ao falar, aponta. O aluno olha na direção apontada e vê o que nunca viu. Seu mundo se expande. Ele fica mais rico interiormente...
E, ficando mais rico interiormente, ele pode sentir mais alegria e dar mais alegria - que é a razão pela qual vivemos.
Já li muitos livros sobre psicologia da educação, sociologia da educação, filosofia da educação – mas, por mais que me esforce, não consigo me lembrar de qualquer referência à educação do olhar ou à importância do olhar na educação, em qualquer deles.
A primeira tarefa da educação é ensinar a ver. É através dos olhos que as crianças tomam contato com a beleza e o fascínio do mundo. Os olhos têm de ser educados para que nossa alegria aumente.
A educação se divide em duas partes: educação das habilidades e educação das sensibilidades. Sem a educação das sensibilidades, todas as habilidades são tolas e sem sentido.Os conhecimentos nos dão meios para viver. A sabedoria nos dá razões para viver.
Quero ensinar as crianças. Elas ainda têm olhos encantados. Seus olhos são dotados daquela qualidade que, para os gregos, era o início do pensamento: a capacidade de se assombrar diante do banal.
Para as crianças, tudo é espantoso: um ovo, uma minhoca, uma concha de caramujo, o vôo dos urubus, os pulos dos gafanhotos, uma pipa no céu, um pião na terra. Coisas que os eruditos não vêem.
Na escola eu aprendi complicadas classificações botânicas, taxonomias, nomes latinos – mas esqueci. Mas nenhum professor jamais chamou a minha atenção para a beleza de uma árvore, ou para o curioso das simetrias das folhas.
Parece que, naquele tempo, as escolas estavam mais preocupadas em fazer com que os alunos decorassem palavras que com a realidade para a qual elas apontam.
As palavras só têm sentido se nos ajudam a ver o mundo melhor. Aprendemos palavras para melhorar os olhos.
Há muitas pessoas de visão perfeita que nada vêem... O ato de ver não é coisa natural. Precisa ser aprendido. Quando a gente abre os olhos, abrem-se as janelas do corpo, e o mundo aparece refletido dentro da gente.
São as crianças que, sem falar, nos ensinam as razões para viver. Elas não têm saberes a transmitir. No entanto, elas sabem o essencial da vida. Quem não muda sua maneira adulta de ver e sentir e não se torna como criança jamais será sábio.
Para Pais e Professores
As pessoas estão sempre aprendendo com o que fazemos, mais do que com o que falamos. Nossas ações produzem lições mais efetivas do que palavras vazias, jogadas ao vento.
Piaget disse: “O pensamento deve se desenvolver através de ações e não de palavras”
Para que os estudantes do 5º ano dominem habilidades essenciais de leitura cobradas na Prova Brasil, o professor deve trabalhar algumas atividades sistematicamente
Anderson Moço (novaescola@atleitor.com.br)
O trabalho com leitura começa ainda na Educação Infantil e vai se tornando mais complexo com o passar dos anos. Para levar a garotada a dominar as habilidades básicas avaliadas pela Prova Brasil, é necessário incluir algumas ações na rotina, de acordo com Kátia Bräkling e Beatriz Gouveia, coautoras do estudo do Inep sobre a avaliação. Confira.
1. Oferecer bons textos para qualquer atividade O material disponibilizado ao aluno deve ter boa qualidade, ser coeso e coerente, possuir uma linguagem adequada ao contexto de produção, utilizar critérios corretos de paragrafação e pontuação e estar registrado dentro da língua-padrão. É importante, portanto, selecionar textos de escritores nacionais reconhecidos e traduções bem feitas.
2. Fazer um diagnóstico das capacidades das crianças A primeira tarefa é elaborar uma pauta de observação que considere as habilidades de leitura já apropriadas pela classe e por cada aluno individualmente para ver o que precisa ser ensinado. É possível se basear nas capacidades dos descritores e organizar o planejamento por meio de perguntas.
3. Dar atividades abordando diferentes habilidades Nem todo texto suscita boas atividades para desenvolver determinadas habilidades. Há os que são mais adequados ao trabalho com tipos de inferência, como piadas e anedotas. Outros se prestam mais ao estabelecimento de relações entre linguagem verbal e não verbal, como reportagens - que se articulam a infográficos, gráficos e outras imagens.
4. Propor a leitura de gêneros variados É preciso trabalhar todos os gêneros (ou a maioria deles) em um mesmo ano de escolaridade, pois eles mobilizam no leitor diferentes capacidades, que só são aprofundadas por meio da familiaridade com eles. A ideia é propor a leitura e a interpretação de diversos textos de um mesmo gênero. O que importa não é saber que as narrativas apresentam uma organização temporal, por exemplo, mas qual a finalidade delas.
5. Planejar a progressão de desafios Para aprofundar e ampliar a proficiência e a autonomia leitoras, o ideal é organizar a progressão, com critérios bastante claros de seleção do material. Dessa forma, é possível trabalhar fábulas tanto na 2ª quanto na 4ª série, por exemplo, assim como contos literários, aumentando a complexidade dos textos.
6. Propor a leitura em colaboração periodicamente Ler em conjunto com os estudantes é fundamental para que eles aprendam a interpretar um texto. O trabalho começa com o levantamento de algumas questões, localizando-as no texto e prevendo possíveis respostas. No início, o ideal é estimular as crianças a realizar antecipações a respeito do que será lido com base no título. Conforme a história avança, elas respondem a perguntas sobre o que vai ocorrer - sempre sustentando as respostas com marcas e recursos linguísticos presentes no texto ou indicando conhecimentos prévios.
7. Realizar leituras em dupla ou individualmente No caso de textos informativos, essa atividade pode vir acompanhada de questões a serem respondidas por escrito para que se possa avaliar o que foi apropriado. O educador informa que será realizada uma discussão coletiva sobre o texto, orientando para que todos façam anotações, que poderão ser consultadas. Na socialização do trabalho, são explicitadas as pistas linguísticas utilizadas para resolver os problemas de compreensão. A circulação das informações traz a possibilidade de apropriação das estratégias por quem ainda não as domina.
8. Organizar as aulas de modo a dar a autonomia leitora Quando se apresenta um gênero novo à turma, o professor deve iniciar o trabalho no coletivo antes de propor leituras individuais, que podem gerar dificuldades de compreensão. À medida que os alunos se familiarizam com o gênero, é preciso que leiam de forma cada vez mais autônoma, mas com supervisão.
9. Contemplar empréstimos de livros na rotina semanal Os alunos precisam ter autonomia para escolher as obras que querem ler. Assim, eles descobrem o prazer da leitura, um comportamento comum aos leitores proficientes. Além da biblioteca da escola, as do bairro e da cidade devem ser um ambiente familiar para eles. Para isso, organizar visitas e estimular a frequência a esses ambientes é essencial.
10. Desenvolver o comportamento leitor Esse é um conteúdo de ensino que pode ser abordado de diversas maneiras: além de o professor socializar os próprios critérios de escolha e apreciação estética de textos, ele pode pedir que o estudante procure obras literárias regularmente, comente com os colegas o que se está lendo, leia trechos de que gostou para eles e recomende a todos os materiais diversos que são de seu interesse.
11. Trabalhar diferentes propósitos e modalidades de leitura No ato de ler, há objetivos diversos: estudar, se informar, revisar um texto escrito pelo próprio aluno ou simplesmente pelo prazer. O professor necessita explicitar para a turma essas diferentes finalidades e trabalhar as modalidades próprias de cada uma delas. Diferentemente da leitura extensiva de um romance, por exemplo, a leitura para identificar uma informação deve ser realizada de maneira que se possibilite encontrar coisas pontuais no texto.
Avaliação
Prova Brasil e Saeb
Semelhanças e diferenças
A Prova Brasil e o Saeb são dois exames complementares que compõem o Sistema de Avaliação da Educação Básica. Para saber mais sobre o assunto veja o quadro comparativo abaixo e leia também a História da Prova Brasil e do Saeb.
Dessa forma você vai entender melhor os pontos em comum e as diferenças entre as duas avaliações.
Prova Brasil
A prova foi criada em 2005.
Sua primeira edição foi em 2005, e em 2007 houve nova aplicação.
A Prova Brasil avalia as habilidades em Língua Portuguesa (foco em leitura) e Matemática (foco na resolução de problemas)
Avalia apenas estudantes de ensino fundamental, de 4ª e 8ª séries.
A Prova Brasil avalia as escolas públicas localizadas em área urbana.
A avaliação é quase universal: todos os estudantes das séries avaliadas, de todas as escolas públicas urbanas do Brasil com mais de 20 alunos na série, devem fazer a prova.
Por ser universal, expande o alcance dos resultados oferecidos pelo Saeb. Como resultado, fornece as médias de desempenho para o Brasil, regiões e unidades da Federação, para cada um dos municípios e escolas participantes.
Aplicação em 2007: 5 a 20 de novembro.
Parte das escolas que participarem da Prova Brasil ajudará a construir também os resultados do Saeb, por meio de recorte amostral.
Saeb
A primeira aplicação ocorreu em 1990.
É aplicado de dois em dois anos. A última edição foi em 2005. Em 2007 houve nova prova.
Alunos fazem prova de Língua Portuguesa (foco em leitura) e Matemática (foco na resolução de problemas)
Avalia estudantes de 4ª e 8ª séries do ensino fundamental e também estudantes do 3º ano do ensino médio.
Avalia alunos da rede pública e da rede privada, de escolas localizadas nas áreas urbana e rural.
A avaliação é amostral, ou seja, apenas parte dos estudantes brasileiros das séries avaliadas participam da prova.
Por ser amostral, oferece resultados de desempenho apenas para o Brasil, regiões e unidades da Federação.
Aplicação em 2007: 5 a 20 de novembro.
Todos os alunos do Saeb e da Prova Brasil farão uma única avaliação.
Prova Brasil 2009
Também existe o SAEB, participam também os alunos de 4ª a 8ª serie mais o 3º ano do ensino médio, assim se tem uma noção em mais larga escala a respeito de como andam as coisas, isso acontece tanto na rede publica quanto na rede privada. Vale a pena fazer, não deixe de contribuir com a sua parte perante ao governo com a esperança de que eles contribuam com a deles!
domingo, 24 de maio de 2009
Músicas Juninas
Uma nova versão da Fábula "A cigarra e a formiga".
Era uma vez, uma formiguinha e uma cigarra muito amigas.
Durante todo o outono, a formiguinha trabalhou sem parar, armazenando comida para o período de inverno.
Não aproveitou nada do sol, da brisa suave do fim da tarde e nem o bate-papocom os amigos ao final do trabalho tomando uma cervejinha gelada.
Seu nome era 'Trabalho', e seu sobrenome era 'Sempre'.
Enquanto isso, a cigarra só queria saber de cantar nas rodas de amigos enos bares da cidade; não desperdiçou nem um minuto sequer.
Cantou durante todo o outono, dançou, aproveitou o sol, curtiu prá valer sem se preocupar com o invernoque estava por vir.
Então, passados alguns dias, começou a esfriar.
Era o inverno que estava começando.A formiguinha, exausta de tanto trabalhar, entrou para a sua singela e aconchegante toca, repleta de comida.Mas alguém chamava por seu nome, do lado de fora da toca.
Quando abriu a porta para ver quem era, ficou surpresa com o que viu:Sua amiga cigarra estava dentro de uma Ferrari amarela com um aconchegante casaco de vison.E a cigarra disse para a formiguinha:
- Olá, amiga, vou passar o inverno em Paris.
- Será que você poderia cuidar da minha toca?
- E a formiguinha respondeu:
- Claro, sem problemas!
- Mas o que lhe aconteceu?
- Como você conseguiu dinheiro para ir à Paris e comprar esta Ferrari?
E a cigarra respondeu:Imagine você que eu estava cantando em um bar na semana passada e um produtor gostou da minha voz.Fechei um contrato de seis meses para fazer show em Paris...À propósito, a amiga deseja alguma coisa de lá?D
esejo sim, respondeu a formiguinha.
Se você encontrar o La Fontaine (Autor da Fábula Original) por lá, mandaele ir CATAR LATA!
quarta-feira, 20 de maio de 2009
Festa Junina
A quadrilha brasileira tem o seu nome de uma dança de salão francesa para quatro pares, a "quadrille", em voga na França entre o início do século XIX e a Primeira Guerra Mundial. A "quadrille" francesa, por sua parte, já era um desenvolvimento da "contredanse", popular nos meios aristocráticos franceses do século XVIII.
A "contredanse" se desenvolveu a partir de uma dança inglesa de origem campesina , surgida provavelmente por volta do século XIII, e que se popularizara em toda a Europa na primeira metade do século XVIII.A "quadrille" veio para o Brasil seguindo o interesse da classe média e das elites portuguesas e brasileiras do século XIX por tudo que fosse a última moda de Paris (dos discursos republicanos de Gambetta e Jules Ferry, passando pelas poesias de Victor Hugo e Théophile Gautier até a criação de uma academia de letras, dos belos cabelos cacheados de Sarah Bernhardt até ao uso do cavanhaque).
Ao longo do século XIX, a quadrilha se popularizou no Brasil e se fundiu com danças brasileiras pré-existentes e teve subsequentes evoluções (entre elas o aumento do número de pares e o abandono de passos e ritmos franceses). Ainda que inicialmente adotada pela elite urbana brasileira, esta é uma dança que teve o seu maior florescimento no Brasil rural (daí o vestuário campesino), e se tornou uma dança própria dos festejos juninos, principalmente no Nordeste. A partir de então, a quadrilha, nunca deixando de ser um fenômeno popular e rural, também recebeu a influência do movimento nacionalista e da sistematização dos costumes nacionais pelos estudos folclóricos.
O nacionalismo folclórico marcou as ciências sociais no Brasil como na Europa entre os começos do Romantismo e a Segunda Guerra Mundial. A quadrilha, como outras danças brasileiras tais que o pastoril, foi sistematizada e divulgada por associações municipais, igrejas e clubes de bairros, sendo também defendida por professores e praticada por alunos em colégios e escolas, na zona rural ou urbana, como sendo uma expressão da cultura cabocla e da república brasileira. Esse folclorismo acadêmico e ufano explica duma certa maneira o aspecto matuto rígido e artificial da quadrilha.
No entanto, hoje em dia, essa artificialidade rural é vista pelos foliões como uma atitude lúdica, teatral e festiva, mais do que como a expressão de um ideal folclórico, nacionalista ou acadêmico qualquer.
Seja como for, é correto afirmar que a quadrilha deve a sua sobrevivência urbana na segunda metade do século XX e o grande sucesso popular atual aos cuidados meticulosos de associações e clubes juninos da classe média e ao trabalho educativo de conservação e prática feito pelos estabelecimentos do ensino primário e secundário, mais do que à prática campesina real, ainda que vivaz, porém quase sempre desprezada pela cultura citadina.Desde do século XIX e em contato com diferentes danças do país mais antigas, a quadrilha sofreu influências regionais, daí surgindo muitas variantes:
* "Quadrilha Caipira" (São Paulo)* "Saruê", corruptela do termo francês "soirée", (Brasil Central)
* "Baile Sifilítico" (Bahia)
* "Mana-Chica" (Rio de Janeiro)
* "Quadrilha" (Sergipe)* "Quadrilha Matuta"Hoje em dia, entre os instrumentos musicais que normalmente podem acompanhar a quadrilha encontram-se o acordeão (acordeom), pandeiro, zabumba, violão, triângulo e o cavaquinho. Não existe uma música específica que seja própria a todas as regiões.
A música é aquela comum aos bailes de roça, em compasso binário ou de marchinha, que favorece o cadenciamento das marcações.Em geral, para a prática da dança é importante a presença de um mestre "marcante" ou "marcador", pois é quem determina as figurações diversas que os dançadores devem desenvolver. Termos de origem francesa são ainda utilizados por alguns mestres para cadenciar a dança.
Os participantes da quadrilha, vestidos de matuto ou à caipira, como se diz fora do nordeste(indumentária que se convencionou pelo folclorismo como sendo a das comunidades caboclas), executam diversas evoluções em pares de número variável. Em geral o par que abre o grupo é um "noivo" e uma "noiva", já que a quadrilha pode encenar um casamento fictício. Esse ritual matrimonial da quadrilha liga-a às festas de São João européias que também celebram aspirações ou uniões matrimoniais.
Esse aspecto matrimonial juntamente com a fogueira junina constituem os dois elementos mais presentes nas diferentes festas de São João da Europa.Outras danças e cançõesNo Nordeste brasileiro, o forró assim como ritmos aparentados tais que o baião,o xote,o reizado,o samba-de-coco e as cantigas são danças e canções típicas das festas juninas.e algumas vezes musicas antigas de autores famosos.Costumes popularesAs festas juninas brasileiras podem ser divididas em dois tipos distintos: as festas da Região Nordeste e as festas do Brasil caipira, ou seja, nos estados de São Paulo, Paraná (norte), Minas Gerais (sobretudo na parte sul) e Goiás.
No Nordeste brasileiro se comemora, com pequenas ou grandes festas que reúnem toda a comunidade e muitos turistas, com fartura de comida, quadrilhas, casamento matuto e muito forró. É comum os partcipantes das festas se vestirem de matuto, os homens com camisa quadriculada, calça remendada com panos coloridos, e chapéu de palha, e as mulheres com vestido colorido de xita e chapéu de palha.
No interior de São Paulo ainda se mantêm a tradição da realização de quermesses e danças de quadrilha em torno de fogueiras.Em Portugal há arraiais com foguetes, assam-se sardinhas e oferecem-se manjericos, as marchas populares desfilam pelas ruas e avenidas, dão-se com martelinhos de plastico e alho porro nas cabeças das pessoas principalmente nas crianças e quando os rapazes se querem meter com as raparigas solteiras.
segunda-feira, 18 de maio de 2009
Lição de casa - Que prática é esta ?
A Lição de Casa é uma prática instalada na rotina escolar e, com pequenas diferenças, acontece na grande maioria das escolas, sejam quais forem as suas concepções de ensino e aprendizagem.No entanto, a Lição de Casa também tem sido objeto de preocupação e desconforto, por parte de todos os envolvidos: professores, pais e alunos. Considerando o quanto o dever de casa é parte do processo escolar, é curioso o quanto incomoda.
Para os professores, é um trabalho diário de planejar e preparar tarefas adequadas e pertinentes aos conteúdos tratados em sala de aula, possíveis de serem realizadas sozinhas pelo aluno. Depois, ainda merece a atenção do professor no que diz respeito à correção, à devolutiva que é feita ao aluno, às revisões necessárias, aos alunos que apresentam dificuldades em realizá-la ou que não fazem a lição de casa, por diferentes motivos. E, este trabalho, na maioria das vezes, não revela a riqueza e a criatividade das situações vivenciadas em sala de aula, das metodologias utilizadas, restringindo-se a atividades mecânicas e de fixação de conteúdos, comprometendo, inclusive, o entendimento do Projeto Pedagógico da Escola, por parte dos pais.
Para estes, que têm como referência principal o seu próprio filho, a Lição de Casa recebe avaliação controversa: para alguns, é muita tarefa e não sobra tempo para outras atividades; para outros, é pouca tarefa, que é realizada em dez minutos e a criança não adquire hábitos de estudo.
Para alguns pais, ainda, a lição de casa não tem a qualidade desejada, seja porque é fácil demais, sem desafios ao aluno, ou porque a criança não consegue fazê-la sozinha, necessitando de ajuda, o que nem sempre é possível, pela falta de tempo ou mesmo pela dificuldade dos pais compreenderem as novas metodologias de ensino, diferentes do seu tempo de escola. Há ainda, aqueles que avaliam a qualidade dos enunciados, a clareza das propostas, os erros ortográficos ou de digitação e até mesmo os erros conceituais.
Para os alunos, a Lição de Casa, muitas vezes, também gera desconforto. Há alunos que apresentam uma necessidade de corresponder à idéia de que só serão aceitos pela professora, se suas lições estiverem completas, corretas e perfeitas. Isto causa ansiedade e sofrimento. Há alunos que não se permitem errar e, portanto, não se permitem tentar, ousar, levantar hipóteses, pensar e fazer conforme aquilo que pensou.
São alunos que precisam da certeza de que sua resposta é aquela que, supostamente, a professora está esperando. Sabemos que há alunos que fazem da lição de casa um pretexto para ter a presença e atenção dos pais, apresentando uma suposta falta de autonomia, já que em sala de aula realizam, sozinhos, atividades semelhantes.
Temos também, alunos que apresentam dificuldade com a organização de sua rotina diária e esquecem de fazer ou de trazer a lição. Isto para alguns é bastante perturbador e, portanto, ocorre esporadicamente. Para outros, ocorre com freqüência e precisam de intervenções constantes, pois aparentam não se incomodar com a situação. Há, ainda, alunos que não se interessam pelas atividades de Lição de Casa, vão deixando para mais tarde, e acabam sem tempo para fazê-la ou fazendo sem qualidade.
Poderíamos enumerar muitos outros desdobramentos destas situações geradas pela Lição de Casa, porém, o que foi apresentado até aqui, nos parece suficiente para justificar a necessidade de uma reflexão e uma re- significação de sua prática.
PARA QUE SERVE A LIÇÃO DE CASA?